Foto: Kevin Jairaj - USA TODAY Sports
No início da temporada, a maioria dos fãs de NBA fecharam os olhos frente ao Dallas Mavericks, equipe que seria treinada por Jason Kidd. Eles, porém, acabaram surpreendidos quando a franquia finalizou a temporada na 4ª colocação do oeste, com mando de quadra para os playoffs. Mas, realmente existiam motivos para a falta de confiança em cima do Dallas.
A preparação do Mavericks para a temporada
Após outra decepção na primeira rodada diante do Los Angeles Clippers pelo segundo playoff seguido, o Mavs veio extremamente sem confiança e cheio de problemas internos. Na offseason, o time fez apenas uma adição ao elenco (Reggie Bullock) e mudou o comando técnico. O técnico campeão da NBA Rick Carlisle (atualmente no Pacers) deu lugar ao ex-armador Jason Kidd. Essa mudança acabou sendo extremamente criticada pela torcida e por especialistas. Kidd foi bastante contestado pelos seus trabalhos considerados ruins no Milwaukee Bucks e Brooklyn Nets no começo da década passada. Além disso, os casos de violência contra mulher em 2001 e 2007 e sua prisão por dirigir bêbado em 2012 fizeram sua contratação ser ainda mais criticada.
O novo treinador chegou com as velhas propostas que todo novo técnico propõe: Mais esforço na defesa, um ataque menos focado na superestrela e um basquete inteligente. Tudo parecia com o velho discurso "mais saúde e educação" dos políticos e o início da temporada dos Mavs fez parecer que a promessa não seria cumprida. Um time estava bem lento, com dificuldades de adaptação e entrosamento e, para piorar, a estrela Luka Doncic parecia fora de forma e não conseguiu engrenar o time.
Em meio ao caos, se houve um algo bom no 2021 do Dallas Mavericks com certeza foi Jalen Brunson. O armador conseguiu evoluir absurdamente seu jogo e ajudou Luka a "carregar o piano" muitas vezes. O time finalizou o ano com um recorde negativo de 16 vitórias e 18 derrotas, parecendo não ter evoluído grandes coisas em relação a última temporada.
Não tem como falar dessa falta de evolução do Dallas Mavericks sem falar de Kristaps Porzingis. O letão foi uma das grandes apostas de Mark Cuban (dono dos Mavs) para o futuro da franquia e deu no que deu. Porzingis teve alguns bons lampejos, alguns péssimos momentos e acabou não correspondendo a grande confiança depositada. As frequentes lesões no seu joelho eram algo corriqueiro e, para piorar, quando o atleta jogava, ele parecia não ter grande impacto no time.
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A mudança no ritmo do Mavericks
Em janeiro, tudo mudou e o time explodiu. Sustentado por uma boa defesa, o Mavs venceu 12 de 16 jogos possíveis no mês (75%). A franquia teve um bom início de fevereiro também e deu continuidade a esse bom momento com uma boa troca na trade deadline. Kristaps Porzingis acabou enviado para o Washington Wizards por Spencer Dinwiddie e Davis Bertans. Apesar de Davis não ter muita participação na rotação da equipe, Dinwiddie foi bastante importante para a sequência da temporada. Com médias de 16 pontos e anotando 2 game winners nesse período em Dallas, Din foi um alívio pro banco dos Mavs e se tornou peça importantíssima pro time.
O Dallas Mavericks de Jason Kidd terminou a temporada com 52 vitórias e 30 derrotas, algo que não acontecia desde a temporada 2014-2015. Tendo a 7ª melhor defesa, um ataque com mais passes e um basquete inteligente, as promessas de político do atual técnico parecem ter funcionado perfeitamente. Mesmo num bom momento, o Dallas achou um cravo no meio do seu jardim de rosas. No último jogo da temporada regular (Mavericks x Spurs), Luka Doncic saiu lesionado da partida e vem fazendo muita falta para Dallas durante os playoffs.
O primeiro confronto dos playoffs: Utah Jazz
A equipe sentiu o golpe da ausência de Doncic no primeiro jogo da pós temporada. Apesar de brigar firme pelo resultado, Dallas não suportou e caiu em casa diante do Jazz por 99-93. Se quiser sonhar com uma eventual classificação para a 2ª rodada, a franquia praticamente necessita da volta de sua principal estrela.
Até o seu retorno, os jogadores vão precisar se superar e buscar arrancar ao menos uma vitória para não perder totalmente o duelo emocional contra o Jazz. Algumas das principais chaves do duelo para os Mavericks são a conversão dos arremessos criados e a disputa pelo domínio do garrafão contra Rudy Gobert.
O Dallas Mavericks enfrenta o Utah Jazz pelo jogo 2 da série hoje, dia 18/04. Em casa, o Mavs busca uma vitória para empatar a série contra o Jazz, que vem embalado para abrir a vantagem para 2-0.