Violência no futebol brasileiro: Sintomas de uma paixão problemática

    
Foto: Grêmio / Divulgação

    Nesta última semana, acompanhamos pelo menos três casos de violência no futebol brasileiro. Jogadores de Bahia, Grêmio e Paraná foram alvos de agressão por torcedores. Foram 3 tipos diferentes de agressões, mas todas são um retrato da relação tóxica atual entre clube e torcedores.

A bomba no ônibus do Bahia

    Na noite da última quinta-feira, a equipe do Bahia chegava à Fonte Nova para enfrentar o Sampaio Corrêa pela Copa do Nordeste. Era pra ser só mais um jogo como outro qualquer, mas uma bomba atingiu o ônibus do clube no caminho ao estádio e feriu diversos jogadores. O goleiro Danilo Fernandes foi o que ficou em estado mais grave, e teve que ser atendido em um hospital de Salvador. O lateral Matheus Bahia sofreu cortes no braço, mas foram superficiais e não causaram nada de muito grave. Os principais suspeitos do atentado são torcedores do próprio Bahia. Mesmo com o clima de tensão, o clube baiano entrou em campo e venceu a partida por 2 a 0, gols de Daniel e Rodallega.

A pedra no ônibus do Grêmio

    Dois dias depois, uma pedra atingiu o ônibus em que levava os jogadores do Grêmio para disputar o clássico Grenal 435, no estádio Beira-Rio. O objeto lançado acertou o meio-campista Villasanti, que ficou em estado mais grave. O jogador paraguaio foi levado ao hospital e lá foi constatado um traumatismo craniano e uma concussão cerebral. Outros jogadores também sofreram alguns danos devido aos estilhaços do vidro, porém nada de muito grave ocorreu a eles.


A invasão de campo no jogo do Paraná

    E o outro caso de violência que chamou a atenção do país neste sábado aconteceu durante a partida entre União Beltrão e Paraná, pelo Campeonato Paranaense. O jogo realizado no estádio Vila Capanema decretou o rebaixamento do Paraná no estadual. Revoltados, torcedores do clube invadiram o campo para agredir jogadores. Cadeiras, paus e pedras foram utilizados no conflito, que acabou após a intervenção da tropa de choque. Repórteres e jogadores sofreram socos e chutes dos invasores.


    Esses três casos foram os que tiveram maior repercussão, eles não são isolados. O ônibus do Cascavel também foi apedrejado durante o último fim de semana. Há anos, o futebol vive em meio à guerra de "torcedores" contra os jogadores. Com essa grande importância do futebol na nossa cultura, é natural que os sentimentos sejam mais intensos. Porém, é inadmissível que esses sentimentos ameacem a integridade daqueles envolvidos com o futebol.

    Mesmo sendo inaceitável, é algo que não vai mudar tão rápido. Sabendo disso, as federações deveriam oferecer maior segurança para seus atletas. É um absurdo que bombas e pedras consigam chegar tão facilmente aos jogadores, que deveriam estar em segurança no caminho ao estádio. Assim como a invasão de campo, que colocou os jogadores e outros sobre risco dentro do próprio estádio, que deveria ter uma segurança reforçada. 

    Que os culpados sobre isso não saiam impunes. Que o futebol um dia seja seguro, para torcedores, jogadores e todos ao redor desse belíssimo esporte.
Meros Boleiros

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